Máximas, Pensamentos e Reflexões
do
Marquês de Maricá

Introdução
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Página dos Provérbios

 

D

Da ação e reação recíproca dos entes e corpos uns sobre os outros, resulta finalmente a sua morte ou destruição, ocasionando ao mesmo tempo a formação e existência de novos corpos e viventes para os substituir e perpetuar este mundo como foi constituído pelo seu Autor e Criador onipotente. [2859]

Dá bons exemplos ao menos, se não sabes dar bons conselhos. [1584]

Dão-nos mais sujeição os amigos novos do que os velhos. [2025]

Dão-se os conselhos com melhor vontade do que geralmente se aceitam. [83]

De bom ou mau grado vivemos tão bem para os outros, como para nós mesmos. [1191]

De nada vale a celebridade, quando os grandes crimes também a conseguem. [323]

De ordinário os que reclamam mais liberdade são os que menos a merecem. [1232]

De qualquer modo que se baralhem as cartas do jogo social, este se executará sempre conforme as leis naturais da ordem física e moral a que está sujeita necessariamente a humanidade em todos os seus atos, voluntários e obrigados. [2922]

De quantos males nos temos queixado neste mundo que deram ocasião aos nossos maiores bens!. [2769]

De que nos serviria a outra vida se o nosso espírito não conservasse o cabedal de idéias e conhecimentos que adquiriu na primeira, e perdesse a memória da sua identidade individual e intelectual?. [2578]

De que nos serviria a outra vida se o nosso espírito não conservasse o cabedal de idéias e conhecimentos que adquiriu na primeira, e perdesse a memória da sua identidade individual e intelectual!. [3063]

De toda a nossa propriedade a mais incerta e menos segura é a própria vida. [1398]

De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior e a derradeira. [352]

De todos os animais gregários e sociais, os homens são os que mais estudam e menos sabem constituir-se e governar-se. [1451]

Debaixo de uma aparente desordem e confusão, tudo é ordem e harmonia, na terra entre os viventes, como nos céus entre as estrelas. [2192]

Debalde envelhecemos, os nossos desejos remoçam sempre. [1761]

Declamamos ordinariamente contra os que governam para nos inculcarmos por mais hábeis e capazes de governar. [1359]

Defendemos em um tempo as mesmas opiniões que combatemos em outro: os anos modificam o nosso entendimento como alteram a nossa fisionomia. [2138]

Deixamos de subir alto quando queremos subir de um salto. [306]

Deixamos o espírito inculto quando só cuidamos em cultivar os corpos. [1095]

Deixar de gozar para não sofrer, é o segredo de bem viver. [836]

Deixemos aos imprudentes a ambição de governar os povos; cuidem os prudentes em bem governar a si próprios. [1339]

Deleita tanto ao benfeitor a presença do beneficiado, quanto a este desagrada a do primeiro: um faz lembrar a boa ação, o outro recordar a obrigação. [1744]

Democratas na mocidade os literatos geralmente se tornam monarquistas na velhice. [2437]

Desagrada a todos a ditadura, no saber como no poder. [1411]

Desagrada aos ignorantes a companhia dos sábios, como aos meninos a sociedade dos velhos. [986]

Desagradar por bem querer e pensar, é algumas vezes a sorte dos mais honrados súbditos e defensores da Monarquia. [1751]

Desapaixonados damos bons conselhos, apaixonados os olvidamos. [1752]

Desaprendemos a sofrer quando nos acostumamos a gozar. [1100]

Descobre-se na Natureza uma especial aversão à monotonia e uniformidade; ela exulta e blasona sempre de novidade, variedade e desigualdade, nas suas produções. [2934]

Descobre-se tanto saber no cepticismo dos sábios, quanta ignorância na credulidade dos néscios. [1346]

Descobrimos tanta ordem, correspondência, proporções, simetria, harmonia e relações tão ajustadas nas obras da Natureza, que devemos considerar-nos em erro quando se nos figura alguma cousa irregular, anômala, sem desígnio, fim, nem aplicação. [2737]

Desconfiai de vós, dos homens e do mundo, mas confiai sempre em Deus. [1193]

Desconhecemo-nos freqüentes vezes, tão diversos somos de nós mesmos em diversas circunstâncias!. [1390]

Descontentes de tudo, só nos contentamos com o nosso próprio juízo, por mais limitado que seja. [324]

Desculpamos os malvados quando os qualificamos de loucos. [1709]

Desejamos que prosperem as pessoas de cuja prosperidade esperamos participar por algum modo, e receamos a elevação daquelas cujas intenções não nos são favoráveis. [720]

Desempenhar bem os grandes empregos depende muitas vezes mais das circunstâncias que dos homens. [635]

Desesperamos dos homens porque não confiamos nem esperamos em Deus de cuja providência eles são também instrumentos neste mundo. [1588]

Desesperar na desgraça é desconhecer que os males confinam com os bens, se alternam ou se transformam. [588]

Desmentimos ordinariamente na prática as doutrinas e teorias que professamos, quando as temos adotado por moda e sem critério, e não são produtos da própria lavra, estudos e meditações. [2079]

Desprezamos a nossa saúde enquanto é moça, e a idolatramos depois de velha. [1001]

Desprezamos ordinariamente as opiniões alheias, quando se não conformam com as nossas. [680]

Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados. [74]

Deus é a Imensidade: tudo nela se forma e se resolve. [2403]

Deus é a vida eterna que se difunde sem desfalcar-se nem exaurir-se pela imensidade do espaço, vivifica e animaliza o Universo, os mundos e todas as criaturas que neles se criam e reproduzem, desde as mais volumosas até os animais infusórios e microscópicos, e os átomos infinitésimos vivos de que se compõe o todo imenso da criação. [2952]

Deus é infinitamente maior e melhor do que os homens o imaginam. [1265]

Deus é o único Benfeitor verdadeiramente desinteressado. [541]

Deus é por essência infinitamente bom, nada fez nem faz sem um fim benéfico: os fenômenos que nos parecem mais terríveis na Natureza são aparentemente tais para a nossa ignorância, mas certamente instrumentos, ocasião, veículos ou condutores de bens gerais que não podemos distinguir pela parcialidade, localidade e limitação da nossa inteligência. [2940]

Deus em sua bondade infinita nos deu olhos para que o víssemos nas suas obras assombrosas, desde o menor inseto ou flor da terra até as estrelas dos céus. [1180]

Deus escreve direito por linhas tortas: é um dito vulgar de muito profunda significação. [2768]

Deus nos vê, nos ouve, e conhece os nossos pensamentos e intenções mais secretas: ai de quem o não acredita!. [2642]

Deus se figura e se individualiza de algum modo no Universo material e fenomenal, sendo aliás a sua substância eterna, imensa e ilimitada por sua essência e natureza misteriosa e incompreensível. [2881]

Deus se revela em tudo e por todos. As obras de um agente são as suas revelações. [461]

Deus, porque compreende tudo, é incompreensível a todos. [1885]

Deve supor-se má toda a ação que não queremos que chegue à notícia e conhecimento dos outros homens. [1972]

Devemos amar a Deus por ser bom temê-lo porque é justo, adorá-lo e admirá-lo por onisciente e onipotente. [2651]

Devemos aos homens e aos seus livros muitas verdades e inumeráveis erros. [2858]

Devemos felicitar os bons porque são tais, e lastimar os maus porque não são bons: há um fatalismo de circunstâncias na vida humana que muito contribui para a condição e procedimento de uns e outros. [2429]

Devemos gozar singelo para não sofrermos dobrado. [2063]

Devemos lastimar a sorte e condição dos maus, talvez fôssemos piores do que eles com as mesmas circunstâncias, casos e acidentes da sua vida. [2470]

Devemos lastimar os maus e agradecer a Deus não sermos tais. [2591]

Devemos na mocidade fazer provisão para a velhice de idéias, verdades, desenganos e bens da fortuna. [1981]

Devemos recear os juízos dos homens por falíveis, mas adorar os de Deus por infalíveis. [2873]

Devemos temer-nos mais de nós mesmos que dos outros homens. [1132]

Devemos tratar os homens com a mesma cautela, resguardo e desconfiança, de que j usamos em colher as rosas. [80]

Deve-se julgar da opinião e caráter dos povos pelo dos seus eleitos e prediletos. [506]

Deve-se usar da liberdade, como do vinho, com moderação e sobriedade. [514]

Disputando, como jogando, perdemos amigos e ganhamos inimigos. [990]

Disputa-se com mais freqüência sobre as cousas frívolas do que nas mais importantes; as primeiras alcançam a compreensão de todos. [984]

Disputa-se sobre tudo neste mundo; argumento irrefragável do nosso pouco saber. [538]

Dissimulamos ordinariamente para poupar-nos o trabalho, ou risco de refutar ou impugnar o que vemos e ouvimos. [2727]

Divertimo-nos com os doudos na hipótese de que o não somos. [494]

Dizemos sempre mais ou menos do que sentimos e pensamos, a prudência e circunstâncias não permitem que sejamos estritamente exatos e sinceros. [2898]

Dizer-se de um homem que tem juízo, é o maior elogio que se lhe pode fazer. [362]

Do teatro deste mundo saem a cada instante inumeráveis afores aos quais sucedem imediatamente outros para que continuem e se executem sem interrupção os dramas infinitamente variados que nele se representam. [2594]

Dói mais ao nosso amor-próprio sermos desprezados, que aborrecidos. [39]

Dói tanto a injúria publicada como a ferida exposta ao ar. [271]

Duas cousas se não perdoam entre os partidos políticos: a neutralidade e a apostasia. [25]


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